Neuropatia e a quimioterapia

Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Clínica Médica pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Oncologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente atua como oncologista clínico no Hospital UDI - São Luís - MA, no Centro de Oncologia do Maranhão -São Luís - MA e no Hospital do Câncer Aldenora Bello - São Luís - MA.

Durante o tratamento quimioterápico podem surgir alterações dos nervos chamadas de neuropatia. Saiba o que são e como podemos evitá-las.

Os nervos são estruturas que fazem parte do sistema nervoso e são responsáveis pela comunicação do cérebro e medula com o restante do corpo. Eles levam para o cérebro informações, tais como sensação de calor, de dor e trazem o comando motor que permite movimentar um membro, por exemplo. Há diversas situações clínicas nas quais eles podem ser lesados, como no diabetes, nas doenças reumatológicas, no alcoolismo, nas deficiências vitamínicas e no uso crônico de algumas medicações, como os quimioterápicos.

 

Neuropatia x Quimioterapia

A neuropatia induzida por quimioterapia pode ser um efeito muito debilitante do tratamento, sendo vista com frequência entre os pacientes com câncer de mama e intestino. As medicações que estão bastante associadas a essa manifestação são aquelas à base de platina (cisplatina, oxaliplatina), a vincristina e taxanos. Os sintomas mais frequentes são formigamento, dor e anestesia nas extremidades (mãos e pés), dificuldade para andar e mais raramente alteração da força. Na grande maioria dos casos, o quadro irá se desenvolver após alguns ciclos da quimioterapia.

Vários fatores podem influenciar a gravidade e duração da neuropatia, tais como idade, doenças associadas, predisposição genética, combinação e dose dos quimioterápicos. De maneira geral, quanto maior a dose cumulativa do tratamento, maior a chance de lesar os nervos.

 

Como diagnosticar?

Em todas as consultas, o oncologista deverá perguntar se existe algum sintoma associado à neuropatia a fim de fazer um diagnóstico precoce e evitar que o quadro progrida. Em alguns casos, um exame chamado eletroneuromiografia pode ser necessário para confirmar o diagnóstico clínico. É importante lembrar que outras causas também podem gerar sintomas parecidos e devem ser afastadas.

 

Como tratar?

Muitas vezes um ajuste de dose ou até mesmo a suspensão da quimioterapia podem ser necessários para evitar a progressão do quadro neurológico. Desta forma, o melhor tratamento é a detecção precoce do problema. No entanto, é importante ressaltar que em alguns casos pode haver piora progressiva mesmo com a suspensão do quimioterápico. Para aqueles com dor neuropática, existem ainda alguns medicamentos com boa eficácia que podem auxiliar no tratamento.

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