Esta pergunta tornou-se bastante frequente após o aumento significativo de uso de telefones celulares a partir da década de 90. A principal preocupação é se telefones celulares podem aumentar o risco de tumores cerebrais ou tumores na região da cabeça e do pescoço.
Celulares emitem radiação não-ionizantes
Os telefones celulares emitem uma forma de energia conhecida como ondas de radiofrequência (RF). As RFs são um tipo de radiação não ionizante que, ao contrário das radiações ionizante, não causam dano direto ao DNA das células, o que poderia gerar o câncer. Entretanto, existe ainda uma preocupação se elam poderiam causar outros efeitos biológicos que poderiam gerar ou facilitar o aparecimento do câncer.
O único efeito biológico reconhecido da RF é o calor. Se a radiação emitida for absorvida em quantidades suficientemente grandes pelos materiais que contêm água, como alimentos, líquidos e tecidos do corpo, ela produzirá calor que pode levar a queimaduras e danos aos tecidos, como acontece quando utilizamos um microondas.
Muitos fatores afetam a quantidade de energia da RF à qual uma pessoa está exposta, como a quantidade de tempo gasto ao telefone, o modelo do telefone e se o viva-voz ou alto-falante está sendo utilizado. Como regra geral, quanto mais próximo estiver o aparelho e quanto maior o tempo de uso, mais radiação será absorvida.
Estudos com resultados conflitantes: celular x câncer
Existem diversos estudos que tentaram encontrar uma relação entre o uso de celular e o surgimento de tumores benignos (como neurinoma do acústico e meningiomas) e de cânceres do sistema nervoso central e de cabeça e pescoço. Os resultados são conflitantes principalmente em estudos menores. Dos 3 maiores estudos populacionais, 2 não mostraram qualquer associação e 1 demonstrou que, talvez, haja uma associação entre gliomas e meningiomas e o uso de celular por várias horas em chamadas telefônicas sem o uso do viva-voz. Dados os resultados conflitantes, em 2011 a Agência Internacional de Pesquisas sobre Câncer classificou o uso de celulares como possivelmente carcinogênico. Diversas outras sociedades não adotaram o mesmo posicionamento e o tema ainda continua em debate.
Muitos estudos ainda estão em andamento para responder a pergunta se há ou não relação do uso de celulares e o câncer. Não há motivo hoje para abandonarmos esses aparelhos que tanto nos ajudam. No entanto, se existe algum potencial carcinogênico dos mesmos, vem de longas horas de uso em chamadas não-viva voz durante vários anos. As recomendações, portanto, visam evitar longas horas de exposição à radiação por radiofrequência próximo à cabeça. Dê preferência a ligações utilizando viva-voz ou use fones de ouvido.