O consumo de refrigerante causa câncer?

Especialistas de diversas áreas concordam que o consumo excessivo de refrigerantes está associado a vários problemas de saúde, incluindo o ganho de peso, má saúde dentária, diabetes, doenças cardiovasculares e muito mais. Algumas dessas condições de saúde, por sua vez, podem aumentar o risco de câncer.

Para entendermos os principais efeitos negativos dos refrigerantes é importante conhecermos alguns dos componentes de suas fórmulas e como são fabricados.

 

Carbonatação

Os refrigerantes são considerados bebidas carbonatadas por causa do ingrediente ativo CO2. Quando o CO2 é submetido a altas pressões na água, o processo de dissolução cria as conhecidas bolhas efervescentes. Um subproduto da dissolução de CO2 é o ácido carbônico, que se torna muito mais ácido quando combinado com os agentes aromatizantes da maioria dos refrigerantes, causando problemas de saúde dentária, como a desmineralização do esmalte dental que facilita as cáries.

Atualmente não há evidências que sugiram que a carbonatação esteja associada ao aumento do risco de câncer. No entanto, certos sintomas associados ao câncer e ao próprio tratamento, como gases, inchaço, azia ou refluxo, podem ser exacerbados com o consumo de grandes quantidades de bebidas carbonatadas.

 

Açúcares adicionados

Muitos alimentos saudáveis têm açúcar, como as frutas. Nosso corpo precisa de açúcar para criar glicose, que é nossa principal fonte de energia. Mas a maioria das pessoas consome muito mais açúcar do que seu corpo precisa, muitas vezes devido à ingestão de alimentos e bebidas com adição de açúcar, como o refrigerante.  Uma lata de refrigerante tem em média 39 gramas de açúcar. Muitas sociedades recomendam que mulheres consumam menos de 25 gramas de açúcares adicionados por dia e os homens, 36. Portanto, consumir apenas uma lata de refrigerante significa que você excedeu sua cota diária de açúcar.

Quando o açúcar entra na corrente sanguínea, o pâncreas libera insulina para converter o açúcar em glicose como energia. Com o tempo, e especialmente se o indivíduo estiver acima do peso, as células do nosso corpo que usam glicose podem se tornar resistentes à insulina. Embora a razão dessa resistência seja em grande parte desconhecida, o efeito resultante é que há muito açúcar na corrente sanguínea. Se os níveis de glicose no sangue permanecerem elevados, você poderá desenvolver diabetes. Quando o açúcar não é convertido em glicose para gerar energia, o corpo não pode usá-lo; o fígado então metaboliza o excesso de açúcar e produz triglicerídeos, que serão absorvidos pelas células de gordura. Em essência, quando consumimos mais açúcar do que o nosso corpo precisa, ele é armazenado na forma de gordura.

A resistência à insulina e o consumo excessivo de açúcar contribuem para o ganho de peso e a obesidade. Acredita-se que as condições associadas à obesidade, incluindo resistência à insulina e inflamação crônica, desempenhem um papel no desenvolvimento do câncer. A obesidade tem sido associada a pelo menos treze tipos diferentes de câncer.

 

Adoçantes artificiais e aditivos

A alternativa ao refrigerante natural é o refrigerante dietético. Este não contém calorias nem açúcar, mas sim adoçantes artificiais, incluindo o aspartame, um dos adoçantes artificiais mais usados, cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar. Outros adoçantes artificiais são o acessulfame de potássio (ace-K), comumente encontrado em bebidas “saudáveis”, e  a sacarina. Embora as primeiras pesquisas tenham sugerido que a sacarina estava ligada ao câncer em ratos de laboratório, este achado não se confirmou em humanos. Até o momento, as agências regulatórias consideram a sacarina não cancerígena.

Estudos que examinaram o efeito dos adoçantes artificiais apresentaram resultados conflitantes: alguns observaram que bebidas adoçadas artificialmente ajudam na perda de peso ,enquanto outros mostraram que os adoçantes artificiais podem desencadear desejos de açúcar, muitas vezes resultando em ganho de peso . Estudos mais recentes estão examinando a relação entre adoçantes artificiais e resistência à insulina e diabetes.

Adoçantes artificiais também têm sido associados à diarreia, sintoma que muitos pacientes com câncer já experimentam como um efeito colateral da quimioterapia.

 

Como reduzir seu risco

Embora não exista uma relação direta entre o consumo de refrigerante e o câncer, é importante estar ciente das consequências do consumo excessivo deste alimento para a sua saúde em geral.  Evitar o consumo excessivo de açúcar reduz a chance de sobrepeso, que, por sua vez, é uma forma de prevenir o câncer, além de doenças cardiovasculares.

 

Arquivado em: Oncologia, PrevençãoEtiquetas:, , , , ,