Tumores cerebrais de baixo e alto grau: saiba como diferenciá-los.

Os tumores cerebrais são graduados de 1 a 4 com base nas anormalidades de suas células visto ao microscópio (necrose, proliferação celular etc). O grau 1 é o menos maligno, possuindo menos anormalidades, enquanto o grau 4 é o mais maligno, apresentando mais anormalidades. Um mesmo tumor pode conter células de diferentes graus, mas é sempre classificado de acordo com as de maior grau.


Os tumores que se originam no cérebro possuem uma característica distinta daqueles que surgem em outras partes do corpo: eles raramente se disseminam para outros órgão. Diferentemente da forma como estadiamos os outros tipos de neoplasias, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica os tumores cerebrais em graus 1, 2, 3 e 4. O objetivo desse sistema de classificação é indicar a provável taxa de crescimento do tumor e a probabilidade de disseminação dentro do cérebro, informações usadas no planejamos do tratamento e na previsão de resultados.

 

Os graus são frequentemente atribuídos aos gliomas, que são tumores que se desenvolvem a partir de células gliais. Estas células normalmente têm a função de prestar suporte aos neurônios e são encontradas por todo o sistema nervoso, tanto no cérebro quanto na medula e nos nervos. Os gliomas representam cerca de 30% de todos os tumores cerebrais e cerca de 80% de todos os tumores cerebrais malignos.

 

Os gliomas grau 1 e 2 são denominados de baixo grau visto que suas células são bem diferenciadas, exibem tendências menos agressivas e têm melhor prognóstico. Por outro lado, os gliomas grau 3 e 4 são considerados de alto grau pois suas células são indiferenciadas e altamente malignas, determinando um pior prognóstico.

 

Gliomas de baixo grau

 

Os tumores grau 1 são associados a uma longa sobrevida, crescem lentamente e são mais comuns em crianças.  Geralmente não necessitam de terapia adicional após a cirurgia e, muitas vezes, nem mesmo a cirurgia é necessária, adotando-se uma conduta expectante. Um exemplo de um tumor de grau I é o astrocitoma pilocítico.

 

Os tumores grau 2 são um pouco mais agressivos que os grau 1. Alguns deles podem disseminar-se em tecido normal próximo e transformar-se em um tumor de grau superior. Tumores grau 2 podem ou não necessitar de terapia adicional após a cirurgia. Um exemplo deste tipo de tumor é o oligodendroglioma difuso.

 

Gliomas de alto grau

 

Os tumores grau 3 são por definição malignos pois apresentam células anormais que crescem rapidamente e invadem o tecido adjacente. Os tumores grau 3 e 4 sempre requerem terapia adicional após a cirurgia, geralmente necessitando de radioterapia e quimioterapia. Mesmo com tratamento adequado, eles tendem a recorrer e muitas vezes transformam-se em um grau 4. Um exemplo de um tumor de grau 3 é o astrocitoma anaplásico.

 

Os tumores grau 4 são os tumores cerebrais mais malignos e agressivos. Suas células são altamente anormais quando vistas pelo microscópio, recrutando novos vasos sanguíneos para manter seu rápido crescimento. O Glioblastoma é o tumor cerebral grau 4 mais comum.

O classificação da OMS é o primeiro passo para entendermos esses tumores tão complexos.  No entanto, a realização de testes moleculares e uma interpretação correta dos exames de imagem são fundamentais para indicarmos o melhor tratamento, com o menor efeito colateral possível.

 

 

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