Como fazemos o diagnóstico de câncer?

Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Clínica Médica pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Oncologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente atua como oncologista clínico no Hospital UDI - São Luís - MA, no Centro de Oncologia do Maranhão -São Luís - MA e no Hospital do Câncer Aldenora Bello - São Luís - MA.

Para início do tratamento do câncer, é fundamental um diagnóstico preciso. Agilidade e eficiência nesse período são fundamentais para melhorar a eficácia do tratamento.

Quando falamos de câncer, sabemos que não podemos perder tempo. No entanto, realizar um diagnóstico correto nem sempre é fácil, pois isso envolve diversas especialidades médicas que devem agir em conjunto para realizar uma investigação rápida para início precoce do tratamento. Assim, separamos os principais passos envolvidos nesse processo.

 

Passo 1: Dos exames à biópsia

O primeiro sinal de que a pessoa está com câncer pode ser um exame de sangue ou de imagem alterado, a exemplo de uma tomografia. Salvo raros casos, não é possível confirmar o diagnóstico de câncer sem a biópsia.

A quantidade e qualidade do material coletado na biópsia são fundamentais, por isso é importante que seja realizada por um profissional habilitado. Não é incomum recebermos uma biópsia considerada normal porque o local onde foi realizada não englobou o tumor.

 

Passo 2: Aprofundar a análise da biópsia

É importante que a biópsia seja avaliada por um patologista qualificado. Muitas vezes é necessário que ela seja revista por outro profissional, para uma maior segurança no diagnóstico.

A biópsia poderá passar por algumas etapas, tais como:

  • Análise da lâmina (H&E): Em alguns casos essa etapa já é suficiente para um patologista experiente.
  • Imuno-histoquímica: Nesta etapa, o material passa por reações químicas capazes de fornecer informações importantes sobre a origem do tumor e algumas de suas características, como o grau de agressividade. A grande maioria das biópsias passará por esse processo.
  • Análise molecular: São testes mais complexos e reservados para alguns tipos de tumor. Normalmente são mais demorados e não amplamente disponíveis. No entanto, para uso de algumas medicações oncológicas, sua realização é imprescindível.

 

Passo 3: Estadiamento

Assim que definimos o diagnóstico do tumor, é fundamental entendermos a extensão da doença (estadiamento). Para isso utilizamos a avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem. É necessário não só o exame que “olhe o tumor”, mas também precisamos olhar outros órgãos para saber se o câncer disseminou-se pelo corpo. Tomografias com contraste do tórax e do abdômen são os exames mais amplamente empregados. Em alguns casos utilizamos ressonância, cintilografia óssea  e, em uma minoria, o PET-CT.

Os exames necessários para o estadiamento dependem do tipo de tumor e dos sintomas relatados pelo paciente. Muitas vezes realizar exames não indicados pode atrasar o início do tratamento, além de gerar angústia e ansiedade no paciente.

A depender da doença, exames de sangue, como o PSA, também são fundamentais para o estadiamento. Hoje sabemos que quanto maior o valor do PSA, maior o risco da doença ser metastática.  Existem muitos outros marcadores tumorais sanguíneos, alguns sem utilidade diagnóstica, mas importantes para o acompanhamento da resposta ao tratamento.

O oncologista é o profissional treinado para realizar o diagnóstico e estadiamento do câncer. Não deixe de consultá-lo na suspeita da doença.

 

 

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