Como fazemos o diagnóstico de câncer?

Para início do tratamento do câncer, é fundamental um diagnóstico preciso. Agilidade e eficiência nesse período são fundamentais para melhorar a eficácia do tratamento.

Quando falamos de câncer, sabemos que não podemos perder tempo. No entanto, realizar um diagnóstico correto nem sempre é fácil, pois isso envolve diversas especialidades médicas que devem agir em conjunto para realizar uma investigação rápida para início precoce do tratamento. Assim, separamos os principais passos envolvidos nesse processo.

 

Passo 1: Dos exames à biópsia

O primeiro sinal de que a pessoa está com câncer pode ser um exame de sangue ou de imagem alterado, a exemplo de uma tomografia. Salvo raros casos, não é possível confirmar o diagnóstico de câncer sem a biópsia.

A quantidade e qualidade do material coletado na biópsia são fundamentais, por isso é importante que seja realizada por um profissional habilitado. Não é incomum recebermos uma biópsia considerada normal porque o local onde foi realizada não englobou o tumor.

 

Passo 2: Aprofundar a análise da biópsia

É importante que a biópsia seja avaliada por um patologista qualificado. Muitas vezes é necessário que ela seja revista por outro profissional, para uma maior segurança no diagnóstico.

A biópsia poderá passar por algumas etapas, tais como:

  • Análise da lâmina (H&E): Em alguns casos essa etapa já é suficiente para um patologista experiente.
  • Imuno-histoquímica: Nesta etapa, o material passa por reações químicas capazes de fornecer informações importantes sobre a origem do tumor e algumas de suas características, como o grau de agressividade. A grande maioria das biópsias passará por esse processo.
  • Análise molecular: São testes mais complexos e reservados para alguns tipos de tumor. Normalmente são mais demorados e não amplamente disponíveis. No entanto, para uso de algumas medicações oncológicas, sua realização é imprescindível.

 

Passo 3: Estadiamento

Assim que definimos o diagnóstico do tumor, é fundamental entendermos a extensão da doença (estadiamento). Para isso utilizamos a avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem. É necessário não só o exame que “olhe o tumor”, mas também precisamos olhar outros órgãos para saber se o câncer disseminou-se pelo corpo. Tomografias com contraste do tórax e do abdômen são os exames mais amplamente empregados. Em alguns casos utilizamos ressonância, cintilografia óssea  e, em uma minoria, o PET-CT.

Os exames necessários para o estadiamento dependem do tipo de tumor e dos sintomas relatados pelo paciente. Muitas vezes realizar exames não indicados pode atrasar o início do tratamento, além de gerar angústia e ansiedade no paciente.

A depender da doença, exames de sangue, como o PSA, também são fundamentais para o estadiamento. Hoje sabemos que quanto maior o valor do PSA, maior o risco da doença ser metastática.  Existem muitos outros marcadores tumorais sanguíneos, alguns sem utilidade diagnóstica, mas importantes para o acompanhamento da resposta ao tratamento.

O oncologista é o profissional treinado para realizar o diagnóstico e estadiamento do câncer. Não deixe de consultá-lo na suspeita da doença.

 

 

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