Quimioterapia: Como funciona?

A quimioterapia é um tratamento muito temido e muitas pessoas terão que passar por essa experiência. Entender o processo é o primeiro passo para diminuir os efeitos colaterais.

Como funciona a quimioterapia?

A quimioterapia afeta o crescimento das células que se dividem com muita velocidade, como as células do câncer. Diferente da radioterapia e da cirurgia que são tratamentos locais, a quimioterapia atua em todo o seu corpo sendo capaz de tratar o câncer em múltiplos locais simultaneamente. Desta forma, ela também pode afetar células sadias que também se multiplicam rapidamente, como as células da pele, cabelo, intestino e medula óssea. É isso que causa alguns dos efeitos colaterais do tratamento.

As formas de tratamento

Podemos utilizar a quimioterapia de diversas formas, dependendo do estágio da doença e se serão realizados procedimentos adicionais como cirurgia e radioterapia.

Entenda algumas dessas combinações:

– Neoadjuvante: Realizada antes da cirurgia ou radioterapia, tem por objetivo diminuir o tumor, permitindo cirurgias menores e algumas vezes mais estéticas, campos menores de radioterapia e possibilitando que tumores inoperáveis transformem-se em operáveis. Atua destruindo as células que podem estar fora do campo de tratamento cirúrgico ou radioterápico.

– Adjuvante: Realizada após o procedimento cirúrgico ou radioterápico, destruindo as células que podem estar fora do campo do tratamento.

– Concomitante: Realizada durante o tratamento radioterápico, com o objetivo de potencializar os efeitos da radioterapia.

 

Da teoria para a prática

Utilizamos o termo protocolo para definir o conjunto de medicações que serão empregadas durante um ciclo de tratamento: a própria quimioterapia, medicações profiláticas para náuseas e vômitos, antialérgicos e outros. O ciclo de tratamento são os períodos de tempo predeterminados no qual os protocolos são executados, normalmente a cada 14 ou 21 dias. Idealmente, toda pessoa em quimioterapia deve ser reavaliada antes de cada novo ciclo de tratamento para que o ajuste de dose ou associação de outros medicamentos possam reduzir ao máximo os efeitos colaterais.

Dentro de um mesmo protocolo, podemos associar diversos tipos de quimioterapia para potencializar o efeito sobre o câncer e,  o que  pode gerar aumento dos efeitos colaterais.

A maioria das quimioterapias são aplicadas por via endovenosa: algumas em infusões rápidas de minutos e outras com duração de alguns dias, sendo inclusive necessário manter o tratamento em casa. Muitas quimioterapias com características mais tóxicas e as que demandam um longo período de infusão necessitam da instalação de um cateter com acesso a uma veia profunda do pescoço, como o port-a-cath (não tenha medo de usá-lo, ele é muito útil). Para alguns tipos de câncer existem também as formulações orais.

 

Como vou me sentir?

Existem diversos tipos de quimioterapia com diferentes mecanismos de atuação. De forma geral, os principais sistemas afetados são o sistema gastrointestinal e o sangue, levando aos principais efeitos colaterais (náuseas, vômitos, diarreia, anemia e baixa imunidade ). Dependendo da quimioterapia, existem outros efeitos colaterais tais como mucosite, neuropatia e dermatite. É valido lembrar que somente uma minoria das pessoas apresentará efeitos colaterais graves.

Não é possível saber ao certo quais os sintomas sentirá, mas podemos reduzir as chances adotando algumas medidas simples. Seu médico oncologista deverá informar os principais efeitos colaterais, qual a proposta para prevení-los e quais os sintomas que devem motivar a procura do pronto-socorro.

 

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